As Dramatic Homage: Entrevista Com Alexandre Pontes

Publicado: 13/05/2013 por Pedro Mello em Uncategorized
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Há algum tempo acompanhamos a trajetória da banda As Dramatic Homage no cenário carioca. A banda, que é a pioneira e talvez a única no Rio de Janeiro a fazer o que conveniou-se chamar de Avant Garde Metal, em 2012 deu um importante passo e lançou seu primeiro full lenght. E é com o capitão da banda – Alexandre Pontes que o RioMetal teve a oportunidade de bater um papo. Confira!


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Alexandre Pontes (Vocalista / Guitarrista)

Salve Alexandre! Primeiramente, parabéns pelo excelente trabalho apresentado em “Crown”. Bem, conte-nos um pouco mais sobre o início da banda, como surgiu a idéia de formá-la e suas influências.

Alexandre Pontes – Saudações meu amigo! Agradeço pela oportunidade e atenção ao trabalho do As Dramatic Homage. Em 98 eu estava desistindo de uma banda que havia formado em 94 e conheci dois integrantes de uma banda local e eu queria buscar novos patamares dentro da música, eles queriam criar um projeto paralelo da sua banda oficial, então resumindo, a banda seria um projeto paralelo e com o fim das bandas oficiais tornou-se nossa prioridade. Desde o início sempre houve a idéia de envolver diversas vertentes em nosso som, porém era nítido que nós tínhamos uma “atmosfera” muito pessoal em torno da proposta musical, mas tudo foi bem natural e as coisas foram fluindo de uma maneira positiva e nova. Bem, influências, eu prefiro citar referências, musicalmente não estou apenas focado no gênero Metal, gosto de estilos variados e sempre me identifico com a qualidade de cada um, mas existe também outras formas de arte que me interessam para compor, a natureza em sua plenitude, viver é uma arte que precisa ser bem conduzida e traçada, como qualquer obra, o expressionismo sem palavras é algo que me atrai também, assim como algumas filosofias, boa leitura, filmes, esporadicamente as vezes faço algumas situações sobre coisas que me deixam indignado como determinadas atitudes do “Homem”, ignorante de conhecimentos e conduta própria e suas crenças religiosas, sou muito atento e observador, tudo o que consideravelmente desperta uma atenção pode ser uma referência, até um olhar de um animal doméstico, parece simples , mas isso as vezes é muito profundo , então a plena certeza que tenho é que a música da banda está conectada a esses sentidos e valores, talvez para algumas pessoas isso possa ser fútil, mas optei por ser leal e coerente com os temas que envolvem nossos interesses em comum, obviamente não é uma regra abordar assuntos desse tipo porém prefiro focar no que considero importante e abordar temas de forma mais interessantes, que venham a considerá-los assim, meio incomuns nos dias atuais, tudo também é analisado e interpretado por cada pessoa de uma maneira diferente, acredito que certas idéias e expressões tem uma dimensão profunda em cada um..

A As Dramatic Homage teve algumas formações apresentadas nas primeiras demos mas no entanto você foi o único a figurar em “Crown”. A que se deve essa decisão?

Alexandre Pontes – O tempo passou, muita coisa aconteceu, pessoas vieram e foram por questões de objetivos e descoberta de que esse ramo da música não é pra qualquer um, mesmo não vivendo financeiramente de música eu permaneci mantendo esse ideal, mesmo pensado em abandonar isso certa época mas eu acabei aceitando que essa é a minha escolha, mesmo que inconsciente faz parte  de mim, então, eu jamais poderia me abandonar por quaisquer outras questões que não me trouxessem tamanha liberdade e bem-estar, mesmo as vezes pagando caro, mas como tudo na vida é assim, então é melhor viver se realizando em algo do que morrer frustrado – simples. Vamos lá, havia uma “formação” na banda no período que antecedeu ao cd só que durante o processo de gravação as pessoas envolvidas foram se dispersando e priorizando atividades pessoais e deixando o envolvimento e compromisso com a banda e o cd em segundo, terceiro plano e eu não podia desistir porque alguns abandonavam a jornada. Então eu tive convicção de que tudo o que estava acontecendo só dependia exclusivamente da minha força para concluir e chegar ao ponto que queria alcançar e felizmente tudo deu certo, Crown é uma extensão da minha vontade e personalidade e tenho um orgulho muito nobre de ter conseguido ter dado vida e expressão a essa obra.

Como foi trabalhar praticamente sozinho para a elaboração da obra?

Alexandre Pontes – O processo foi longo e durou uns 2 anos mais ou menos, porém foi muito instrutivo e me deu novas possibilidades de chegar aonde eu realmente jamais tinha acreditado que poderia, falo isso sobre um  contexto artístico de ir além de suas próprias expectativas, também estava em um nível de inspiração bastante radiante, eu elaborava, filtrava as músicas ,alterava letras, linhas de voz, enfim eu me entreguei muito as músicas, e mesmo depois de já ter gravado algumas linhas de guitarra e vocais, eu parava, e retornava dias depois com as idéias mais claras, não me contentava se estava bom , teria que estar de uma maneira que me deixasse “tranqüilo”, digamos assim, e claro que hoje, talvez  eu mudasse algumas coisas, porém eu sou de um tempo em que algumas bandas , a música ,mesmo que fosse técnica ou não, tinha muito feeling e até erros eram  perceptíveis mas não se perdia a magia, porque havia muita honestidade com o real sentido da expressão musical, não gosto de produções muito pomposas que mecanizam a música porque alguém acha que esse é o padrão atual, alguns podem até dizer que estou em contradição pelo fato de ter gravado com bateria programada, mas se a pessoa estiver conectada com a música em um contexto geral, isso se torna um detalhe que não deturpa o trabalho,acredito que o padrão da produção deve ser de acordo com a proposta musical da banda, claro que precisa ser realmente muito bom, mas dentro dos parâmetros de uma determinada proposta musical.

Você além de tocar ainda produziu o álbum ao lado de Rômulo Pirozzi. Como foi o processo de produção do álbum?

Alexandre Pontes –  Minucioso demais, toda  a gravação e sessão de mixagem eu levava pra casa, ouvia ,apontava os pontos que poderiam melhorar, o Rômulo também, de fato o seu trabalho teve um grau de importância fundamental na obra, porque ele entendeu bem a proposta que  cada música representava, adicionou algumas idéias, enfim, acho ele um cara que tem um bom futuro nesse ramo se souber conduzir bem seu trabalho, ele tem muito talento e visão musical.

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As Dramatic Homage 2013.

Ainda falando de formações, a banda está prestes a realizar o seu primeiro show após o lançamento de “Crown”. Nos diga quem o acompanhará nesta empreitada e como chegou a esses nomes.

Alexandre Pontes –  Sim, o ano de 2012 foi marcado por essa grande conquista que foi o lançamento do cd e agora é a hora de realizar alguns shows para divulgar a banda , depois de algumas experiências ruins decidimos realizar shows apenas sob determinadas condições , isso apenas é uma postura de ter e manter o respeito por nosso trabalho e nome, então quase não realizamos apresentações, porém acho que o momento é propício para fazer essa atividade e dependendo, o maior número de vezes em regiões diferentes. As pessoas que atualmente estão comigo de certa forma fazem parte da banda desde 2011 que foi o ano que retornamos a fazer shows, sobre os integrantes atuais são: Evanildo Gouveia (Bateria), Antony Vinco (Teclado) e recentemente Alexandre Martins ( Contra-baixo)  veio em um momento de extrema necessidade e está nos acompanhando para os shows, ele por sinal gravou as linhas de baixo no cd. Evanildo e eu já tivemos uma banda no começo dos anos 90, depois nós seguimos rumos diferentes na música e depois de 12 anos eu o convidei para realizar alguns shows com o ADH como músico convidado ele aceitou e com o tempo acabou por se identificar com o trabalho e resolveu fazer parte da banda e estamos juntos tocando novamente depois de alguns anos. Com o Antony Vinco foi uma surpresa pois apenas nos conhecíamos em ocasiões distintas e certa vez estávamos conversando sobre a banda, disse que gostaria de ter um tecladista na banda novamente para os shows futuros , mas não sabia que ele tocava, então ele disse que tinha o instrumento  e perguntei se ele queria fazer um teste, ele aceitou e depois de alguns ensaios, perguntei  se ele queria fazer parte ou não, se iria participar apenas como convidado para shows e  ele decidiu que gostaria de fazer parte da banda, a função dele como integrante tem sido muito importante dentro do grupo e nosso som voltou a ter um “ambiente” mais completo em determinadas passagens. Recentemente tivemos que ter uma atitude acima de nossas necessidades que foi fazer uma mudança de integrante por questões profissionais, éticas e bom senso, então o Alexandre Martins pelo fato de já ter sido um integrante, conhecer as músicas e estar sempre próximo veio para cobrir as sessões de shows, então essa situação da retirada de uma pessoa da banda foi a brecha, digamos, pra que ele estivesse com a banda novamente, porém houve uma conversa sobre inúmeras questões para esse possível retorno, as coisas hoje em dia não são como antes, as condições e postura precisam sempre ir melhorando e deve haver um bom senso e objetivo em comum entre um grupo, Todos temos algumas prioridades pessoais e é realmente necessário haver um equilíbrio pelo fato de alguns termos família, trabalho, porém a banda precisa também ser uma das prioridades, se alguém não “quer” fazer parte dessa idéia e atitude , se não existir ajuda mútua e verdade entre os integrantes de um grupo essa pessoa não serve para estar ao meu lado em uma banda., nada pessoal contra ninguém,  é uma questão também de lógica e respeito com seu companheiro e o primeiro respeito eu tenho por mim mesmo.

Crown – Full Lenght Lançado em 2012.

Voltando ao álbum “Crown”, como foi a elaboração da bela arte da capa?

Alexandre Pontes –  A idéia da capa envolve diferentes tempos e situações, dou créditos a minha esposa pela idéia, na verdade foi uma visão que ela teve quando nos conhecemos há uns anos atrás, ela disse que quando me conheceu  viu exatamente  uma luz que fluía  e fiquei meio preocupado (risos), achei bem curioso e com o tempo fui procurando estudar o assunto, e assim os tópicos foram se expandindo e abrindo novas possibilidades de conhecimento,  fui trabalhando a idéia com o designer André Guimarães  e a idéia visual foi captada, então percebi que as letras também tinham uma conexão direta com essa idéia de arte, resumindo, ela representa fielmente o que as letras passam, a libertação dos limites de conhecimento, a conquista de si mesmo, a busca por um determinado nível de evolução mental e espiritual, força interior…etc.

O álbum abre com a faixa “Lessons”, um breve e bonito solo de piano e depois entra a pesada “Monumental”. Como foi a escolha de “Lessons” para abrir o álbum?

Alexandre Pontes –  “Lessons” não é uma criação minha porém a pessoa que criou estava envolvida no processo do cd então lhe pedi permissão para usá-la porque achei que ela tinha uma atmosfera suave para abrir o cd, eu apenas moldei algumas coisas, a versão original eram 2 violões mas durante a mixagem foi alterada uma das linhas para o piano que deu um clima melhor e também dei nome a faixa. O verdadeiro significado desse tema “intro” tinha a finalidade de expressar que o que iria vir á seguir (no caso cada música) seriam reflexos das “Lições” que foram  aprendidas ao decorrer dos anos, das situações e todo aprendizado. Sobre a Monumental eu consideravelmente acho uma faixa completa, que tem todos os elementos que definem nossa identidade, acho que essa é uma das melhores músicas que já criei.

O som de “Crown” se mostra denso e ao mesmo tempo transborda sentimentos. Nos diga Alexandre, quais seus sentimentos embutidos no álbum? O que representa para você a obra como um todo?

Alexandre Pontes –  Posso afirmar que todos sentimentos contidos neste trabalho são os de uma pessoa comum que evoluiu em alguns aspectos , que passou por dificuldades como qualquer outra pessoa que batalha por seus objetivos e que tinha um sonho em poder concluir seu trabalho, então foi uma grande conquista  como músico e  sinto um orgulho próprio muito grande por não ter desistido de nada que eu quis realizar , acho que fiz a minha parte e sem dúvida alguma esse material é o símbolo de um significado especial.

A banda assim como o álbum tem tido excelente resposta pela Internet, como você tem recebido estas críticas?

Alexandre Pontes –  Todo tipo de reconhecimento é importante então tem sido muito gratificante e motivador cada bom comentário, resenhas , até os pontos consideráveis fracos nos servem de aprendizado, não faço música com intenções de ser o centro de todas as  atenções ou de agradar um público restrito dentro do termo metal, assim o foco não seria a música e sim aparecer sobre uma imagem que as vezes não é sua personalidade musical, visando apenas o lado “bonito” da coisa, o trabalho segue normalmente , com os pés no chão todo dia e é uma tarefa muito árdua manter uma banda com objetivos mas quando acontecem situações boas, mesmo que em níveis mais suaves e simples é como uma luz no fim do túnel, acontece uma energia renovadora e o que realmente almejo é que mais e mais pessoas conheçam nosso trabalho e o resto é conseqüência do empenho e qualidade que pode ser considerada por cada um , algumas pessoas tem uma impressão diferente de nosso trabalho e gosto disso. Percebo que alguns têm sua preferência musical um pouco oposta a nossa, porém tem apreciado o nosso trabalho, é um sinal de que as pessoas estão se identificando com nossa música e isso me deixa convicto que o caminho que segui e optei foi o correto.

Alexandre em Ação.

Alguma música ficou de fora do álbum?

Alexandre Pontes –  Sim, duas músicas, achei que não tinham o mesmo segmento das músicas que entraram no repertório do cd, mas atualmente fizemos algumas melhorias nos arranjos e inclusive hoje em dia tocaremos ao vivo uma delas já para um futuro lançamento. .

Alexandre, como está a agenda da banda para este ano? Há planos para alguns shows?

Alexandre Pontes –  Iremos começar a fazer alguns shows esporádicos, talves em 3 meses seguidos, estamos tentando viabilizar novas oportunidades e dar sequência  as apresentações em outros estados e expandir nosso trabalho de maneira mais direta com o público, o momento me parece favorável e estamos entusiasmados porém isso depende de algumas condições tanto nossa quanto da produção, do contato com quem possa estar organizando o evento, a verdade é que a situação e condição  entre banda e produção precisa ser de respeito e benefícios mútuo, inclusive também para o público que a partir do momento que paga para comparecer em um show eu considero que essa pessoa precisa ser respeitada e merece algo de boa qualidade, se isso não pode ocorrer, geralmente não participamos. Entenda bem, não quero passar a idéia de que o ADH é melhor ou merece algo a mais que outras bandas, longe desse pensamento, até porque existem bandas muito mais destacadas no Rio de Janeiro e demais Estados que merecem muito o respeito pelos trabalhos super profissionais que andam fazendo, porém todos sabemos que se não nos respeitarmos, alguns tendem a “pintar” a sua imagem como alguém arrogante ou não é “underground” e demais adjetivos, acho que o tempo de afobações para tocar ao vivo sem pensar nas conseqüências já passou, e de certa forma nós também temos que ter algum retorno positivo nessa atividade, não é só subir em um palco, ligar seu instrumento e tocar, a coisa não funciona mais dessa maneira, só estamos preservando o que é nosso. Bem, se ter orgulho “underground” é ficar tomando prejuízo, gastando e dando dinheiro para produtores sem ganhar às vezes nem uma garrafa de água no palco só pra dizer que fez um show, preferimos nos manter com a mesma postura.

Mudemos um pouco o foco do nosso papo agora. Como você vê a cena para o Metal no Rio de Janeiro?

Alexandre Pontes –  Mesmo não conhecendo algumas pessoas e bandas aqui no Rio de Janeiro, é incontestável a qualidade e variedade de bandas boas cada uma em sua proposta musical que representam bem o estado até fora do país, apesar de saber e não ser de acordo com algumas coisas que acontecem  de ruim em um aspecto geral que engloba nossa “cena”  e que não depende apenas da consciência e respeito de poucos e sim de muitos, eu vejo que aqui tem um dos cenários do heavy metal e suas vertentes mais fortes e importantes do país.

Quais as barreiras que uma banda como a As Dramatic Homage enfrenta no cenário musical nacional?

Alexandre Pontes – Existem as comuns e que não são poucas, mas acho que a pior de todas é a ignorância musical, não critico o gosto musical pessoal de cada um e muito menos acho que todos tem que gostar do nosso trabalho mas quando isso acaba por influenciar em certas oportunidades, respeito e atenção, me questiono se é porque o que fazemos é tão ruim, ou porque eu deveria SER mais social, sair mais pra beber as noites e falar somente de música( especialmente metal) com muitas pessoas que tem possibilidades de fazer isso de sexta á domingo todo mês. Se é porque eu não coloco inúmeras fotos no facebook, não falo pra onde vou ou  estou, não dou o meu “curtir” em postagens que consideravelmente acho dispensáveis, etc. Claro, a lei do marketing diz que se você não aparece não é lembrado, então pago um certo preço por ser reservado em muitas coisas. Uso a internet e as redes sociais para estar um pouco atualizado, ser uma ferramenta de contatos e as vezes ter  entretenimento com amigos, colegas e conhecidos, mas nem sempre, então a questão também é que hoje em dia não é tão difícil aparecer, porém deve haver um foco e eu tenho me preocupado mais com isso, em ter qualidade em alguns aspectos que direciono minha música e pessoas também, e assim não tendo a tal “popularidade” as coisas caminham lentas mas continuam caminhando e isso é o que importa, vejo uma “auto-exposição” em grande escala e as vezes de maneira tão infantil que sinceramente prefiro ficar quieto do que ter algum tipo de manifestação e ser mau-interpretado, não tenho interesse em comprometer a minha imagem para ser o “fodão” da “CENA UNDERGROUND VIRTUAL” do facebook.

Alexandre fica aqui o espaço para que você mande um recado aos fãs da As Dramatic Homage e para os nossos leitores que virão a conhecer a banda. É com você:

 Alexandre Pontes –  Agradeço novamente pela oportunidade em divulgar nosso trabalho em especial o nosso cd Crown que foi muito bem recebido no excelente site RioMetal e aos leitores que ainda não conhecem a banda , entrem em contato através das redes sociais para que possamos interagir e através de alguns links vocês podem conferir nossos trabalhos disponíveis para audição, espero que vocês venham a se identificar com a nossa música, um grande abraço e sucesso em seus ideais!

comentários
  1. joão carlos disse:

    Otima entrevista Alexandre .
    Parabens a todos vcs
    forte abraço !

  2. Grande Banda! Tive a oportunidade de traze-los em minha cidade e o pessoal curtiu muito!
    Força aos caminhos da As Dramatic Homage!

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